O excesso de cálcio no sangue, cientificamente chamado de hipercalcemia, ocorre quando o valor deste mineral no sangue é superior a 12mg/dl, o que pode ser causado por alterações hormonais que podem estar ligadas ao hipertireoidismo ou ao câncer, por exemplo.
Esta alteração normalmente é descoberta num exame de sangue, pois não apresenta sinais ou sintomas, embora possam surgir fraqueza, alterações do humor, esquecimentos e confusão mental, mas que podem ser confundidos com sintomas de mente cansada e Alzheimer, especialmente em pessoas com mais de 55 anos.
Possíveis sintomas
Embora o cálcio seja um mineral muito importante para o corpo, quando está em excesso pode afetar o funcionamento do organismo, surgindo sinais como:
Dor de cabeça e cansaço excessivo;
Sensação de sede constante;
Vontade frequente para urinar;
Náuseas e vômitos;
Diminuição do apetite;
Palpitações cardíacas;
Cãibras frequentes ou espasmos musculares.
Além disso, pessoas com hipercalcemia também podem apresentar sintomas relacionados a alterações neurológicas como perda de memória, depressão, irritabilidade fácil ou confusão, por exemplo.
Porque o excesso de cálcio faz mal
O excesso de cálcio no sangue aumenta o risco de doenças cardiovasculares como AVC e Infarto, devido ao acumulo de cálcio nas paredes das artérias que levam sangue para o coração. No entanto, esse risco é maior quando a pessoa possui colesterol e triglicerídeos altos e é diabético, não tendo controle da taxa de açúcar no sangue.
O aumento deste mineral no sangue também favorece a osteoporose e pedras nos rins, que podem ser identificados através dos sintomas e de exames como desintometria e raio-x dos rins, por exemplo.
Principais causas da hipercalcemia
A principal causa de excesso de cálcio no organismo é o hiperparatireoidismo, no qual uma pequena glândula que se encontra por trás da tireoide produz em excesso um hormônio que regula a quantidade de cálcio no sangue. Saiba mais sobre o hiperparatireoidismo.
No entanto, outras causas podem ser:
Insuficiência renal crônica;
Doenças como tuberculose, sarcoidose e paget;
Uso de remédios diuréticos tiazídicos e remédios que possuem lítio na composição;
Excesso de vitamina D ou de vitamina A;
Desidratação grave;
Tumor nos ossos, rins ou intestino em fase avançada;
Tumor em ilhotas pancreáticas;
Mieloma múltiplo;
Síndrome milk-alkali - causada pela ingestão exagerada de cálcio e toma de antiácidos;
Doenças como tireotoxicose, feocromocitoma e doença de Addison.
A hipercalcemia maligna é mais comum em pessoas que estão internadas num hospital há meses devido ao câncer num estágio avançado e com várias metástases, havendo risco de morte em cerca de 6 meses. Nos outros casos a doença pode ser controlada.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico de hipercalcemia pode ser confirmado através do exame de sangue, mas também podem ser solicitados outros exames como raio-x ou ressonância magnética para verificar a existência de tumores, além do exame de urina e a densitometria óssea para avaliar a saúde óssea, investigando a causa da hipercalcemia e avaliando também a saúde dos ossos.
O médico mais indicado para indicar os exames e o tratamento do excesso de cálcio no organismo é o endocrinologista mas um nutricionista poderá indicar como adequar a alimentação para melhorar a qualidade de vida, prevenindo complicações cardiovasculares.
Como é feito o tratamento
O tratamento deve ser iniciado quando surgem sintomas ou quando a taxa de cálcio no sangue é igual ou superior a 14 mg/dl, podendo ser feito com o uso de remédios para controlar os níveis hormonais, troca dos remédios que a pessoa toma por outros que não tenham a hipercalcemia como efeito colateral ou cirurgia para retirada de tumores que podem estar a provocar o excesso de cálcio, se esta for a causa.
O médico também poderá receitar diuréticos de alça, como a Furosemida, para tentar reduzir os níveis de cálcio e evitar alterações no ritmo cardíaco ou lesões no sistema nervoso. Porém, nos casos em que os níveis de cálcio estão muito elevados pode ser necessário fazer esses medicamentos diretamente na veia e, por isso, o médico pode recomendar ficar internado por 1 ou 2 dias.
A cirurgia para tratar a hipercalcemia é utilizada apenas quando causa do problema é o mau funcionamento de uma das glândulas paratiroides, sendo importante retirá-la. Para saber se o problema está sendo causado por uma dessas glândulas, o médico pode pedir uma tomografia computadorizada com contraste para observar o seu funcionamento.