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É mito que o açúcar dá disposição, segundo estudo


Na verdade, os carboidratos em geral podem até gerar cansaço em vez de trazer ânimo. A afirmação vem de uma revisão de mais de 30 pesquisas.

Você já deve ter ouvido que o carboidrato dá um prazer especial ou que um brigadeiro ajuda a acordar depois do almoço. Pois um novo artigo científico acaba de desafiar essa ideia, indicando que o nutriente não melhora a disposição por si só – e pode até piorá-la.

E, aqui, cabe uma ponderação: carboidrato não é sinônimo de açúcar. O açúcar de mesa – ou o que é adicionado aos produtos industrializados – é um tipo de carboidrato. Portanto, o levantamento não se concentrou apenas no açúcar.

De qualquer forma, nenhum efeito positivo relevante foi identificado na disposição ou na concentração logo após a ingestão de alimentos ricos em carboidrato. Por outro lado, houve sensação de fadiga e queda no estado de alerta em até uma hora.

“A ideia de que o açúcar influencia no ânimo é popular. Tanto que muitas pessoas tomam bebidas açucaradas para combater o cansaço”, afirma, psicólogo que liderou o levantamento. “Nossos achados indicam que essa alegação não se sustenta. Se o açúcar pode causar algo, é fazer você se sentir pior depois de consumi-lo”, completa, em comunicado à imprensa.

A esperança desse especialista e de seus companheiros é que seus esforços reduzam a popularidade do açúcar. E, especialmente, das bebidas cheias desse ingrediente, como refrigerantes e energéticos.

De onde surgiu essa história?

No passado, certos estudos com animais e seres humanos sugeriam que a ingestão de carboidrato melhorava a concentração e o desempenho cognitivo para tarefas complicadas.

A explicação biológica afirmava que o açúcar estimulava a produção de neurotransmissores relacionados ao bem-estar, especialmente a serotonina. Contudo, a revisão europeia questiona esses mecanismos, apontando que os efeitos mais robustos foram observados em experimentos com carboidrato puro. Ou seja, os voluntários (e as cobaias) estariam recebendo um concentrado do nutriente – e não um alimento que o contém.

No texto do artigo, os autores argumentam que, em uma comida qualquer, um teor de proteínas tão pequeno quanto 5%, por exemplo, já sabota o efeito do açúcar na produção de serotonina. Somente as proteínas do leite condensado do brigadeiro seriam suficientes para neutralizar essa ação animadora dentro do cérebro, portanto. Fonte

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