Diabetes (CID 10 - E10) é uma síndrome metabólica que acontece pela falta de insulina e/ou pela incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no sangue.
A diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina).
Importância da produção de insulina
A insulina promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado como fonte de energia.
Portanto, se houver falta desse hormônio ou mesmo se ele não agir corretamente, haverá aumento de glicose (açúcar) no sangue e, consequentemente, a diabetes.
Tipos
Pré-diabetes
A pré-diabetes é quando o paciente tem potencial para desenvolver a doença, como se fosse um estado intermediário entre o saudável e a diabetes tipo 2
Afinal, no caso do tipo 1 não existe pré-diabetes: a pessoa nasce com uma predisposição genética ao problema e a impossibilidade de produzir insulina, podendo desenvolver o diabetes em qualquer idade.
Diabetes tipo 1
A diabetes tipo 1 é quando o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células que produzem a esse hormônio. O diabetes tipo 1 ocorre em cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes.
Diabetes tipo 2
A diabetes tipo 2 é consequência da combinação de dois fatores: a diminuição da secreção de insulina e um defeito na sua ação, conhecido como resistência à insulina.
Geralmente, o diabetes tipo 2 pode ser tratado com medicamentos orais ou injetáveis. Contudo, com o passar do tempo, pode ocorrer o agravamento da doença. O diabetes tipo 2 ocorre em cerca de 90% dos pacientes com diabetes.
Diabetes gestacional
A diabetes gestacional é o aumento da resistência à ação da insulina na gestação, levando ao aumento nos níveis de glicose no sangue diagnosticado pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto.
A causa exata da diabetes gestacional ainda não é conhecida, mas envolve mecanismos relacionados à resistência à insulina.
Outros tipos de diabetes
Há ainda tipos de diabetes que são decorrentes de defeitos genéticos associados a outras doenças ou ao uso de medicamentos. Podem ser:
Diabetes por defeitos genéticos da função da célula beta
Diabetes por defeitos genéticos na ação da insulina
Diabetes por doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística, etc.)
Diabetes por defeitos induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos, etc.)
Perguntas frequentes
Meu exame de glicemia está acima dos 100 mg/dl.
Estou com diabetes?
Não necessariamente.
O exame de glicemia do jejum é o primeiro passo para investigar a diabetes e acompanhar a doença. Os valores normais da glicemia do jejum ficam entre 70 e 99 mg/dL (miligramas de glicose por decilitro de sangue).
Estar um pouco acima desses valores indica apenas que o indivíduo está com uma glicemia no jejum alterada.
Isso funciona como um alerta de que a secreção de insulina pode não estar normal. O médico deve seguir com a investigação solicitando um exame chamado curva glicêmica, que define se o paciente possui intolerância à glicose, diabetes ou então apenas um resultado alterado.
Diabetes é contagioso?
O diabetes não passa de pessoa para pessoa.
O que acontece é que, em especial no tipo 1, há uma propensão genética para se ter a doença e não uma transmissão comum. Pode acontecer, por exemplo, de a mãe ter diabetes e os filhos nascerem totalmente saudáveis.
Já o diabetes tipo 2 tem uma função multifatorial: é consequência de maus hábitos, como sedentarismo e obesidade, que também podem ser adotados pela família inteira - explicando porque pessoas próximas tendem a ter a doença conjuntamente, mas também tem propensão genética.
Sintomas de Diabetes
Os principais sintomas do diabetes são vontade frequente de urinar, fome e sede excessiva e emagrecimento. Esses sintomas acontecem em decorrência da produção insuficiente de insulina ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente sua ação, causando assim um aumento da glicose no sangue.
Confira a seguir os sintomas característicos de cada tipo de diabetes.
Sintomas da pré-diabetes
A pré-diabetes é a situação clínica que precede o diagnóstico do diabetes tipo 2. Geralmente não é acompanhada de sintomas. Por isso é uma condição de saúde que muitas vezes não é diagnosticada.
No entanto, se o indivíduo apresentar ganho de peso, ter casos de diabetes na família, ingerir uma dieta rica em alimentos hipercalóricos e for sedentário, é importante procurar orientação médica para investigar como estão os níveis de glicose no sangue.
Sintomas da diabetes tipo 1
Pessoas com diabetes tipo 1 podem apresentar os seguintes sintomas:
Vontade frequente de urinar
Fome excessiva
Sede excessiva
Emagrecimento
Fraqueza
Fadiga
Nervosismo
Mudanças de humor
Náuseas
Vômito
A diabetes tipo 1 pode ocorrer por uma herança genética em conjunto com infecções virais. A doença pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum ser diagnosticada em crianças, adolescentes ou adultos jovens.
Sintomas da diabetes tipo 2
Pessoas com diabetes tipo 2 não apresentam sintomas iniciais e podem manter a doença assintomática por muitos anos.
Porém, devido a uma resistência à insulina causada pela condição de saúde é possível manifestar os seguintes sintomas:
Fome excessiva
Sede excessiva
Infecções frequentes (como de bexiga, rins e pele)
Feridas que demoram para cicatrizar
Alteração visual (visão embaçada)
Formigamento nos pés
Furúnculos
Qualquer indivíduo pode manifestar diabetes tipo 2. Contudo, ter idade acima de 45 anos, apresentar obesidade ou sobrepeso e ter histórico familiar de diabetes tipo 2 podem aumentar o risco de ter a doença.
Sintomas da diabetes gestacional
A diabetes gestacional, na maioria das vezes, não causa sintomas e o quadro é descoberto durante os exames periódicos. Porém, devido ao aumento da glicemia durante a gravidez é possível manifestar os seguintes sintomas:
Fome excessiva
Sede excessiva
Vontade frequente de urinar
Visão turva
Toda e qualquer mulher pode manifestar a diabetes gestacional. Entretanto, ter histórico familiar de diabetes, excesso de peso antes da gravidez e ganho de peso durante a gestação podem favorecer o quadro.
Diagnóstico de Diabetes
O diagnóstico de diabetes normalmente é feito usando três exames:
Glicemia de jejum
A glicemia de jejum é um exame que mede o nível de açúcar no seu sangue naquele momento, servindo para monitorização do tratamento de diabetes.Os valores de referência ficam entre 70 a 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL).
O que significam resultados anormais:
Resultados entre 100 mg/dL e 125 mg/dL são considerados anormais próximos ao limite e devem ser repetidos em uma outra ocasião.
Valores acima de 140 mg/dL já são bastante suspeitos de diabetes, mas também devendo ser repetido em uma outra ocasião (sempre é necessária uma avaliação médica).
Hemoglobina glicada
Hemoglobina glicada (HbA1c) é o exame que avalia a fração da hemoglobina ( proteína dentro do glóbulo vermelho) que se liga à glicose.
Durante o período de vida da hemácia (90 dias em média) a hemoglobina vai incorporando glicose, em função da concentração deste açúcar no sangue.
Se as taxas de glicose estiverem altas durante todo esse período ou sofrer aumentos ocasionais, haverá necessariamente um aumento nos níveis de hemoglobina glicada.
Dessa forma, o exame de hemoglobina glicada consegue mostrar uma média das concentrações de hemoglobina em nosso sangue nos últimos 3 meses .
Os valores da hemoglobina glicada irão indicar se você está ou não com hiperglicemia, iniciando uma investigação para o diabetes. Valores normais da hemoglobina glicada:
Para as pessoas sadias: entre 4,5% e 5,7%
Para pacientes já diagnosticados com diabetes: abaixo de 7%
Anormal próximo do limite: 5,7% e 6,4% e o paciente deverá investigar para pré-diabetes
Consistente para diabetes: maior ou igual a 6,5%
Curva glicêmica
O exame de curva glicêmica simplificada mede a velocidade com que seu corpo absorve a glicose após a ingestão. O paciente ingere 75g de glicose e é feita a medida das quantidades da substância em seu sangue após duas horas da ingestão.
No Brasil é usado para o diagnóstico o exame da curva glicêmica simplificada, que mede no tempo zero e após 120 minutos.
Os valores de referência são:
Em jejum: abaixo de 100mg/dl
Após 2 horas: 140mg/dl.
Curva glicêmica maior que 200 mg/dl após duas horas da ingestão de 75g de glicose é suspeito para diabetes.